FAZENDO AS CONTAS
Hoje eu faço as contas
De tudo o que foi vivido
Quando andava às tontas
Com quimeras envolvido
Me furando em agudas pontas
Achando que era atrevido
Fazendo e sofrendo afrontas
De qualquer saber desprovido.
No fim das contas o saldo
Faz menor o meu medo
E o que ficou de rescaldo
Não é somente arremedo
Pra seguir me dá respaldo
Minha vida não foi só folguedo
Bebi nela um grosso caldo
Fiquei forte como um rochedo.
Medo só tenho da morte
Eu falo sem hipocrisia
Pois ela vence até o forte
Que o seu fim não temia
Hoje tenho por meu norte
O lugar da sabedoria
E a cura, caso eu me corte,
É fazer mais uma poesia.