DE PROSA COM O AMOR

Ah!

Que amor é esse?

Chicote de couro, castigo na mão,

Tempestade de vento, Lua crescente,

coivara ardendo, queimando por dentro..,

em meu coração!

Que amor é esse?

Que só sabe dizer:

-Não! Não me largue, não me cale, não me mate!

Não me deixe chorando no fundo escuro do poço!

Se o amor é Lua crescente, a jornada sem ele é árdua, é só ilusão!

Na vida, quem cultiva o amor, tem sempre uma flor, ao alcance da mão! Não liga para o ódio, para o dente canino,

para a alma de fel.., rosnando no chão!

Não! Não me afogue de novo no tacho!

Diz o amor - só osso sem carne e cabeça de porco,

na soda ardente, na fervura da água..,

É que vira sabão!

Amor desfeito é assim:

- É breve alegria ufana no rosto...sem jeito!

Angústia tirana no imo esquerdo do peito!

Carcará, bicando, rasgando, comendo o tino!

É triste, tristeza de incerto desfeito juízo,

de quem, chorando por dentro,

no fundo do poço..,

tenta sorrir !

Jaíres Rocha
Enviado por Jaíres Rocha em 02/09/2016
Reeditado em 21/12/2017
Código do texto: T5747913
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