A imensidão do silêncio.
Eu já não sei mais pensar.
Refletir é muito difícil.
Esqueci-me de como epistemologizar.
Tudo que sei é olhar.
E perder-me na imensidão do silêncio.
A mais terrível metamorfose.
Não consigo nem mesmo caminhar.
Entretanto, sei o quanto são mentirosos.
Se tivesse voz.
Gritaria pelos corredores.
Revelaria as vossas intenções.
Os imbecis entendem como libertadores.
O que sinto a memória cala.
O que aparece na mente está escondido.
A voz estremece e esquece.
O brilho dos olhos fenece.
A imagem do tempo.
Não sei o que devo sentir.
Como pronunciar as palavras.
Uma onda de vento estronda o tempo.
O que restará aos passos dados.
Tão somente a adivinhação.
Se pudesse olhar.
Contar-te-ia outra história.
A reflexão do tempo futuro.
O presente como passado.
Se não bastasse.
Cantar-te ai a fala.
Então o vento demarcaria a distância.
Eu sei o quanto eles não significam nada.
Não tem nem mesmo o espírito da alma.
Entretanto, se pudesse revelar-te ia.
Os segredos do vácuo.
No entanto, não sei dizer.
Triste destino perdido no ar.
Como sombra da imaginação.
Soçobram os soluços.
Se não bastasse o movimento do átomo.
O que ouço dizer um indelével segredo.
Entretanto, demolidor.
Edjar Dias de Vasconcelos.