Cair por Temer

Andando pelas ruas frias de Brasília

Apenas se vê: dor, tristeza e agonia

Prega-se a filosofia da terra deserta

Essa, a filosofia do eu é que importa

E as pessoas nem sempre percebem

Mas muitos caem poucos se erguem

Ilusão do dinheiro fácil e abundante

Domina a cidade um tanto profana

Todos querem garantir sua parcela

Mas são poucos os que conseguem

Enquanto são muitos os que caem

Ainda são poucos os que se erguem

Enquanto isso continuamos em frente

Não importa nada disso que nos cerca

A filosofia dessa cidade é mesmo esta

Filosofia que todos sempre perseguem

Não importa que são muitos que caem

Pois sempre alguns poucos se erguem

Se aniquilam até a nossa alma imortal

Sobreviver! É essa a nossa única meta

Não importa se nos lançam esta seta

Nem mesmo para quem nos entreguem

Não importa mesmo aqueles que caem

Pois os que dominam é que se erguem

Melhor que nos envenenem com cicuta

Se tentamos sobreviver um dia que seja

Sem a coragem de sair dessa torpeza

Se não temos a dignidade de nos levantar

A nós, miseráveis, resta somente aceitar

E todos baixam as cabeças e prosseguem

Para sempre serão muitos os que caem

Se por Temer, são poucos que se erguem

Erguem-se para corroborar com a corrupção

Vilipendiando os fracos que caem sem ação

Caem em um estado de torpor absoluto

Caem em um eterno fraquejar, em luto

Caem com razão, pois se deixaram abater.

Para cair por Temer, seria melhor morrer!