SATURAÇÃO
Não me venha falar de política
Globalização, ciência de autocrítica
Fale-me de beija-flores
Das paixões indolentes
Que embalam os adolescentes
E trazem novos amores.
Não quero ouvir falar de violência
De desemprego e da decadência
Prefiro ouvir falar dos girassóis
Da literatura de Cervantes
Do murmúrio louco dos amantes
Quando estão sob os lençóis
Pra que falar de homicídios
Das rebeliões nos presídios?
Porque não falamos da amizade
Do sorriso de uma criança
Que reproduz nossa esperança
Do amor, da fé, da caridade.
Chega de falar em tanta guerra
Que assola o planeta terra
Falemos da mãe natureza
Que por onde quer que passa
A tudo enche de graça
Verdadeiro espetáculo de beleza.
Há muito se fala em democracia
Qual nada, pura demagogia
O que importa é a fraternidade
A partilha completa do pão
Que resgata em todo cidadão
O valor da real dignidade.
Falemos então do amor
Da beleza da vida sem dor
Vamos juntos aprender perdoar
Que Cristo tão bem ensinou
E do alto da cruz perdoou
Aqueles que o queriam matar
Ignácio Santos