Semente de Amor

Semente de Amor

No meu jardim, és a flor,

viçosa, de sol-cor,

a que dei nome jasmim -

- amor, mas, ai de mim,

sedento de beleza,

cerquei-a de vil avareza.

Minha!... Que feroz vento,

ouvindo teu lamento,

pétalas fez voar,

lançando-as no mar,

e só a haste desnuda

recorda a morte muda.

- Ladrão! - gritei, eivado;

e no chão duro prostrado,

de mãos trémulas as afago,

E as minhas lágrimas trago,

numa fúria de demente,

decepo o caule rente.

De ti, nem um ai dado...

- Morta! - gritei em brado,

e lanço-te no abandono

por terra, caio em sono

torturado e infesto

de fantasmas e funesto,

Desperto, já sem luz,

por toque, que seduz,

em meus lábios cerrados,

por beijos sussurrados.

Uma pétala surgida

do nada, tão sem vida...

Sobre ela, na minha mão,

choram meus olhos, perdão.

E o milagre, docemente,

doa-me uma semente,

da morte, ora triunfante,

a dádiva de amante!

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 30/08/2016
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