Nem tudo é belo...

O lixo nas ruas, nas praças, nos parques, não é

Amontoado de plástico, papel de bala e sacolé

Nem toda flor tem perfume, e nem é tão bela

Tem a que come, espinha, e a que sobe na tela

Nem sempre a lua é tão bela, às vezes ela some

E nem adianta chamar, revestir com belo nome

Fica tão cheia de si, que de nós até se esquece

E poeta triste, roga uma prece e ela desaparece

Até ser humano mais belo, não é tão belo assim

Todos temos nossas feiuras, e soltamos palavrão

Vez ou outra, mesmo sem querer, esbarrão e fim

E vem vontade de lavar a própria boca com sabão

Nem tudo é belo, poesia também veio pra refletir

O feio da humanidade, política, e da desonestidade

Poeta, sabedor de como florear, prefere não omitir

E reveste com versos feios, vez ou outra, realidade.