Sem Ti
Sem Ti
Sem ti, nas minhas noites,
o negro envolve-me o ser,
a insónia torna-se a besta
que me enloquece a mente,
o frio o manto retalhado
que letargará a vontade,
o sono que foge - o algoz
de meus sonhos de amante.
Sem ti, nestes meus dias
pardos sem sol, sou flor
que murcha ávida de vida,
sem água que a fortaleça.
Sem ti, sou um solitário
errante em jardim sem cor,
devorando léguas e léguas
de esquecimento oportunista.
Sem ti, nas tardes amenas,
sou o homem vencido pela dor,
sofrendo de edaísmo precoce,
esperando a morte que não vem.
Sem ti, que me importa o mar
azul sem fim, ou céu infinito,
se sou um pobre cego sem guia,
a tactear no mais desconhecido?
Sem ti, que manhãs me restam
senão auroras finadas pelo sol
que me queima a tez e a alma,
mas não me aquece os sentidos?
Sem ti, sou ninguém, o nada
do tudo em redor, poeta louco
sem musa para sonhar e amar,
incapaz de murmurar teu nome.
Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=297284 © Luso-Poemas