Sem Ti

Sem Ti

Sem ti, nas minhas noites,

o negro envolve-me o ser,

a insónia torna-se a besta

que me enloquece a mente,

o frio o manto retalhado

que letargará a vontade,

o sono que foge - o algoz

de meus sonhos de amante.

Sem ti, nestes meus dias

pardos sem sol, sou flor

que murcha ávida de vida,

sem água que a fortaleça.

Sem ti, sou um solitário

errante em jardim sem cor,

devorando léguas e léguas

de esquecimento oportunista.

Sem ti, nas tardes amenas,

sou o homem vencido pela dor,

sofrendo de edaísmo precoce,

esperando a morte que não vem.

Sem ti, que me importa o mar

azul sem fim, ou céu infinito,

se sou um pobre cego sem guia,

a tactear no mais desconhecido?

Sem ti, que manhãs me restam

senão auroras finadas pelo sol

que me queima a tez e a alma,

mas não me aquece os sentidos?

Sem ti, sou ninguém, o nada

do tudo em redor, poeta louco

sem musa para sonhar e amar,

incapaz de murmurar teu nome.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 25/08/2016
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