EMPREGO ( Do livro "Poemas Urbanos e Outros Planos" )

Coma, durma, viva pouco

És um consciente louco

Do emprego-sanatório

Teu salário adiantado

É o remédio controlado

Do teu dopamento inglório

Saia tarde, mas madrugue

Por mais que o patrão te sugue

Deves ter disposição

À família, o desapego

E o seguro desemprego

Insegura ocasião

Para ti não há escolha

Pois o teu desconto em folha

É direito veemente

Não existe alvoroço

Uma hora de almoço

É mais que suficiente

Chore, cante, mas trabalhe

Que nunca tua vida atrapalhe

A inevitável produção

Corra, pense, assine o ponto

Mesmo assim estejas pronto

Para a certa demissão

Carlos Felipe Sarmento
Enviado por Carlos Felipe Sarmento em 23/08/2016
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