DEBLATERANDO

A Fumaça sobre os olhos

Inutilmente busca esconder o Ontem,

Que jaz sob os entulhos

De uma vida nunca vívida.

Maquinalmente inspirando

Furiosamente expirando

Nunca realmente aspirando

Tudo o que acreditam que deveria desejar.

Terceiras incompreensões

Seguem minha trilha de certezas

Ladeada por estúpidas divagações

Dos alienados que temem a crua verdade.

Expectando o implorado estupor,

O raro regozijo,

Que apenas os sequiosos pela pura,

Maligna e Esclarecedora Verdade, sentem.

Fruto anômalo de cálidas noites

De denso versejar

De petrificantes dias, sem nada a

Sonhar.

Servo de canina fidelidade

Às gatunas, reptilianas

Ilusões

Que emudecem imberbes esperanças.

Sigo.

Sentindo cada passo,

Mais uma dor,

Arvorando a cada recusa,

Um placebo redentor...

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 20/08/2016
Reeditado em 04/01/2018
Código do texto: T5734723
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