Pessoas morrem o tempo todo.
E a eternidade comparece pontualmente no discurso.
A pausa, o suspiro e as reticências
recursos líricos para antepasto poético.

Educar significa vencer a ignorância.
Adiar a ignorância para outras áreas.

Quanto mais se estudo,
mais há o que estudar
E, todas as certezas são ciganas
lendo a sorte na mão.

Caligrafia.
Grafologia.
Perfilogia.

Ler almas, gestos e corpos.
Scriptum tortuoso.
Nada é igual a antes.
E o novo se depara
com o inédito
E se cumprimentam cerimoniosamente
No corredor dos paradoxos.

Há certa felicidade na miopia
Há certa felicidade no desejo em potência.
Na pulsão.
No ímpeto que procura a sobrevivência.
É possível sobreviver com ética?
É possível não trapacear o tempo?

Há luz no final do túnel
Tudo passa em transformação contínua
E, o outro é outro diferente
daquele imaginado.
Imaginário.
Sutil arquitetura da memória.

A memória humana prega peças.
Por isso, existe saudade.
Para reverenciar aquilo que não existe mais.
Aquilo que não é eterno.
Sendo eternamente mutante.
E, se travestindo de nós mesmos
No camarim dos dias.
Durante um encontro casual.

Pessoas morrem o tempo todo.
Poderia ficar triste.
Mas, nascem outras para repor-se no
deserto das existências...

A sombra é a projeção oblíqua da luz.
Assim como a ignorância é oblíqua da lucidez.

Loucos são lúcidos
E, ficam cegos com a razão emocional
de sofrer.
Poderiam não sofrer.
Mas, não escapam
da razão atávica 
de pensar e duvidar.
...

Os óculos é a realidade aumentada.
A muleta é instrumento da dinâmica
E o abismo é a ferramenta
de reconstrução.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/08/2016
Reeditado em 07/08/2017
Código do texto: T5733967
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