A CURVA DAS COISAS
DAS COISAS
Da flor a laranja
Do homem a Eva.
Da pele a flor.
Da vida a queda
D’alma a fuga,
Da peça as vozes,
Do alem a meditação,
Dos sonhos a casa,
Do mendigo a oração,
Das cartas rosas os deuses,
Das Interrogações os terráqueos,
Do Andarilho em preces,
Dos porões a tortura.
Da terra a virgem,
do teatro a vila,
da madrugada as flores,
da criança a alma,
do cacique a terra.
Da sombra a luz,
Da velha o novo,
Do brasileiro o povo,
Do louco a tarja,
Da agonia Lucius,
Da janela a cortina,
Do anjo ao demônio,
Do sonhos a solidão,
Da divida a morte,
Do silencio a atrocidade,
Do destino a cela,
Da alma o espírito,
Das grades o viaduto,
Da esquizofrenia o abutre,
Do coveiro o caos,
Da depressão a torre,
Do declive a cova,
Da rendição o pesadelo,
Do medo o vampiro,
Do apaixonado o moinho,
Do traidor sete amigos,
Do homem o devorador,
Da queda o ai,
Do vestido o seio,
Da lembrança o luto,
Do tijolo a casa,
Dos dias a despedida,
Da bala o amargor,
Do eu o ela,
Do caixão o roxo,
Da lingerie a mulher,
Da tristeza o passado
Do motel a chegada,
Da vida a troca,
A CURVA
O raio quebra a estrada,
querubins órfãos
pisam o chão de sal.
condenados cantam
uma canção.