EDIÇÃO
Eu me perco onde deveria
Encontrar-me!
Acho-me por entre
Meus pensamentos,
Onde floresce meus versos;
E, aí eu vou caminhando
Solitário como àquela
Brisa fagueira,
Que um dia me acalentou
Em seus braços
E me ensinou
A amar o que não era amado.
Eu me encontro onde
Não deveria me perder!
Vejo-me por entre
As minhas rimas que aquece
Meu coração vagabundo
Com a chama dos amores,
Que me fizeram acreditar
Em suas juras.
Procuro na minha metade
A outra parte perdida.
Adormeço ao nascer do sol,
Acordo com o brilho
Das estrelas
Ofuscando meu olhar,
E, à noite me consome.
Sou seduzido pela sua
Refulgente sutileza;
Exuberante beleza
De uma deusa nua,
Que me ilude
Com à sua magia
E, me inebria,
Com o seu efêmero perfume.
Viajo pelos parágrafos
Dos meus textos;
Percorro suas linhas
E no meio do tempo
Eu me reconheço.
O espelho do camarim reflete
Meus cabelos brancos
Como os raios do luar,
Que outrora foram pretos
Soltos ao vento;
Meu talismã preferido
Da edição de um livro,
Que não cheguei a publicar.