BEIRANDO A ESTRADA
Não pronuncio mais palavras de paixão.
Há nos versos dos poetas, um pouco de verdade.
Caso se sinta o que diz nas linhas, melhor abrir de vez o coração.
Quando se está apaixonado, há o encanto que faz as letras soltarem, alguma rima até sai...
Entretanto, o poeta se encontrando em desilusão, só surgem palavras secas:
Como as regiões desérticas do sertão.
Minha melancolia se expande para além do meu próprio eu.
Solto ao vento, qual pássaro alçando voo em suave brisa...
Com palavras de cor parda, para não dizer cinza.
Não sei tomar conta dos meu passos.
Eles estão vacilantes no momento.
O meu erro maior está no sentir. Queria ser diferente e não ter medo de nada.
Como viajante beirando a estrada...
Fátima Abreu Fatuquinha