DIÁLOGO
Então? Pergunta o Tempo ao Vento,
Onde começa o teu desalento?
Para que serve, ao propósito final?
Se estás calmo, traz paz e bondade,
Porém, se te agitas, és fugaz tempestade
Este é teu porvir? O teu ideal?
O vento então ao tempo responde:
Começo nem mesmo eu sei aonde.
O propósito, porém, irei te falar.
Sou o sopro de Deus; o ar que dá vida,
O início da chegada, o fim da partida,
Entre o tudo e o nada, meu ideal é salvar!
O vento ao tempo pergunta; então:
Responda-me amigo, por qual a razão
Estás sempre andando, sem nunca parar?
Nunca retrocedes? Não paras jamais!?
Tão pouco perdoas os que ficam pra trás?
Qual tua missão? Que me hás de falar?
Ó vento amigo, respondo-te agora,
Sou o passado presente, o futuro d’outrora
Se paro um instante, acaba-se a vida,
A todos ofereço parcelas iguais;
Prevalecem porém, os que sabem mais,
Sou o senhor da razão, verdade incontida!
Ignácio Santos.