A Fábrica Mágica

A Musa do Marinheiro

Chegou em primeiro

Tornou-se a mais favorita rima

Atualmente, a favorita minha

Ela é um pouco diferente das outras

Apesar de ser somente uma folha

Consegui escrever uma história

Consegui escrever, folclórica

Com uma presença mitológica

Pobre, pobre do marinheiro apaixonado

Por fim, foi levado para baixo

Para o fundo, onde ninguém jamais foi

E nas ondas, sumiram os dois

Me senti feliz pelo ponto final

A paixão do marinheiro era o tema principal

O desejo pelo beijo da morte era intencional

Acabou se tornando uma história surreal

A sereia era fenomenal.

Foi um belo conto que contei

Admito, algum tempo precisei

Um como esse jamais farei

Sei que irei tentar

Talvez poderei fracassar

Mas não custa nada experimentar

Peter Pan se assemelha

Antes que eu me esqueça

Porém não tenho a certeza

Que o mostrei com essa mesma beleza

Essa mesma delicadeza, sutileza.

No começo pensava em escrever para esquecer

Não sei bem, talvez se não colocasse na página

Não aconteceria tamanha mágica

Em minha mente abriu-se uma fábrica

Não de coisas metálicas

Comecei a escrever sem parar

Comecei, sentimentos, nos versos, depositar

Rimas e mais rimas, imaginar

Ao primeiro texto que fiz, um dia irei retornar

A primeira rima, apreciar

Daquela lembrança guardada nela, irei relembrar

Será que no dia irei gostar?

Vamos esperá-lo chegar, e me revelar

Meus sentimentos estão se esvaindo

Eles já não estou mais sentindo

Novos, então, necessito

É bom poder expressar em palavras

É bom, posso fazer com que não sejam claras

Como o enigma nas falas dos mudos

Como a definição dos sons dos surdos

Ao toque analista dos cegos

Conseguem entender esses versos?

Escrevo, escrevo, escrevo

Leio, vejo, creio

Não é um desespero

Imagino o que há atrás do espelho

De reflexos deves estar cheio

Existe alguém, espelho, que me deseja?

Não? Bom, que assim seja.