Mulher, mente e tudo.

Parei brusca e inesperadamente

Em um cômodo qualquer de minha casa

Após um pensamento passar meteoricamente

Despertando minhas fadas estomacais.

O que é o “eu” ? – pensei

“algo” ou “alguém” que está acoplado

Dentro do limite corpóreo humano?

Ou a condição cognitiva que é permitida

Mediante tal fisiologia?

A intriga fomentou outros complexos,

antes, adormecidos.

Eis o início de uma guerra risível;

Hormônios primaveris versus conflitos existências.

Não tardou, e recortes dialéticos

Vieram à tona em minha mente

Juntando-se às demais vozes.

- Oh, isso é patético!

E um profundo tédio me abateu

Decidi não pensar mais

Porém, era inevitável que algo me ocorresse.

Pus-me a mover os olhos, que, até então,

Estavam fixos no chão

Peguei algumas moedas,

E mecanicamente me dirigi à rua

Caminhei até a confeitaria mais próxima

Comprei algumas guloseimas, comi,

E naquele instante atentei ao sabor que sentia.

Perguntei-me, se, em outra ocasião

quando houvesse de sentir o mesmo sabor,

haveria de recordar o que estava pensando naquele momento.

O terrível tédio se transfigurou em angústia

Apesar de minha face não demonstrar

o que se passara.

Outro flashback me atingia

Instigando o iminente caos psicótico;

“mulher é mesmo um bicho complicado”

Um fervor sobrenatural sucumbiu meu corpo

E vaguei por horas e horas...

O sol já baixava no horizonte

O manto estelar se forrava

sob minha cabeça

Contemplei o cosmos

E me vi poeira.

Cássia Motaa
Enviado por Cássia Motaa em 26/07/2016
Reeditado em 26/07/2016
Código do texto: T5709255
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