Mulher, mente e tudo.
Parei brusca e inesperadamente
Em um cômodo qualquer de minha casa
Após um pensamento passar meteoricamente
Despertando minhas fadas estomacais.
O que é o “eu” ? – pensei
“algo” ou “alguém” que está acoplado
Dentro do limite corpóreo humano?
Ou a condição cognitiva que é permitida
Mediante tal fisiologia?
A intriga fomentou outros complexos,
antes, adormecidos.
Eis o início de uma guerra risível;
Hormônios primaveris versus conflitos existências.
Não tardou, e recortes dialéticos
Vieram à tona em minha mente
Juntando-se às demais vozes.
- Oh, isso é patético!
E um profundo tédio me abateu
Decidi não pensar mais
Porém, era inevitável que algo me ocorresse.
Pus-me a mover os olhos, que, até então,
Estavam fixos no chão
Peguei algumas moedas,
E mecanicamente me dirigi à rua
Caminhei até a confeitaria mais próxima
Comprei algumas guloseimas, comi,
E naquele instante atentei ao sabor que sentia.
Perguntei-me, se, em outra ocasião
quando houvesse de sentir o mesmo sabor,
haveria de recordar o que estava pensando naquele momento.
O terrível tédio se transfigurou em angústia
Apesar de minha face não demonstrar
o que se passara.
Outro flashback me atingia
Instigando o iminente caos psicótico;
“mulher é mesmo um bicho complicado”
Um fervor sobrenatural sucumbiu meu corpo
E vaguei por horas e horas...
O sol já baixava no horizonte
O manto estelar se forrava
sob minha cabeça
Contemplei o cosmos
E me vi poeira.