CARPE DIEM

Rostos iluminados por uma luz levemente azulada

olhos vidrados numa tela, cérebro desligado, afetividade que esmorece

espírito sequestrado, da realidade afastado enquanto a vida acontece...

Atravessamos uma fase fútil e vazia

espíritos agonizando por inanição

falta nutrir-se de afetividade

vemos alastrar-se pela sociedade pequenas ilhas ,

gélidas, saturadas de solidão.

Corpos presentes em todos os lugares;

mente, no entanto, em lugar algum

planos que não vingam, raízes que não fincam ...

sonhos que se perdem nos lagares

olhos que não mais vêm o quanto a vida é bela,

fatos contemplados apenas através de uma tela

Redes anti-sociais; olho nos olho, não mais... vida virtual

estampada em fotos que nada dizem, fatos que se contradizem

sem a ninguém incomodar!

Enquanto isso, tanto livro na estante

tanto mais beleza no real instante

que nem era preciso fotografar!

Tanto abraço não dado, aperto de mão não concretizado

por -do- sol ignorado, tanta coisa pra falar,

tanta mulher bonita e real desfilando

versos se insinuando

e a vida que não demora passar.

Falta amor, calor, coragem

Esquecida a justa dosagem

sensatez se transforma em absurdo,

o que era bom se converte em engano

E a sociedade segue cuidando de tudo, menos do ser humano!

Isac Hudson
Enviado por Isac Hudson em 25/07/2016
Código do texto: T5708321
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