CARPE DIEM
Rostos iluminados por uma luz levemente azulada
olhos vidrados numa tela, cérebro desligado, afetividade que esmorece
espírito sequestrado, da realidade afastado enquanto a vida acontece...
Atravessamos uma fase fútil e vazia
espíritos agonizando por inanição
falta nutrir-se de afetividade
vemos alastrar-se pela sociedade pequenas ilhas ,
gélidas, saturadas de solidão.
Corpos presentes em todos os lugares;
mente, no entanto, em lugar algum
planos que não vingam, raízes que não fincam ...
sonhos que se perdem nos lagares
olhos que não mais vêm o quanto a vida é bela,
fatos contemplados apenas através de uma tela
Redes anti-sociais; olho nos olho, não mais... vida virtual
estampada em fotos que nada dizem, fatos que se contradizem
sem a ninguém incomodar!
Enquanto isso, tanto livro na estante
tanto mais beleza no real instante
que nem era preciso fotografar!
Tanto abraço não dado, aperto de mão não concretizado
por -do- sol ignorado, tanta coisa pra falar,
tanta mulher bonita e real desfilando
versos se insinuando
e a vida que não demora passar.
Falta amor, calor, coragem
Esquecida a justa dosagem
sensatez se transforma em absurdo,
o que era bom se converte em engano
E a sociedade segue cuidando de tudo, menos do ser humano!