Poeta do Engano

Poeta do Engano

Porque canto eu

mil trovas de amor?

Que rabiscos cedo

a folhas maceradas

de palavras de engano?

Porque me enamoro de musas,

obtusas amásias de ocasião?

Se o amor se fina em laivos de dor,

porque lhe teço eu teias de ilusão?

Melhor seria que as mãos

se me tolhessem, inertes.

Que o meu ser perecesse

vegetando de solidão.

Num dia funesto, sombrio,

afirmei, tolo, que a saudade

era um amor real distante.

Que engano tão farsante!

A saudade, não é senão

uma eterna marcha fúnebre!

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 24/07/2016
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