Ipsi-litere, Zés, a vida vos plagia e vos esnoba.
E coze, nos barros puro, duro, as broas fartas!
Nas bocas, de quem no céu, são luas poucas...
Que sina, Zé, rejunta a figura tosca, essa pele intensa, seca, esquálida.
Nessa terra estéril, terra alterada, morta, a assentar, tu, no teu nordeste,
Essas paisagens, Zé, tristes, indigentes, caliginosas, devassas, viciadas.
E esses espinhos argutos, e zombeteiros, infames, atrozes, te explodem...
Te sangram..., Zé, que sorte, incerta, dolorida, avessa, minguada e pouca!
E são esses mesmos espinhos, Zé, ferozes, que te fantasiam a morte lenta.
Êta Cabra! Que lida, que existência, dura, insossa, rude, árdua, perversa.
São tantas pestes, Zé, disputando, querendo, a carne escassa, carne pouca.
E a indústria da seca, esse drama social, reflete na sua boca, na sua barriga,
Na sua pele, na sua prole, cerceando-te, ingênuos Zés, os passos, a liberdade.
Sei não Zé, que sina! Que vida nefária, esdrúxula, desgraçada, torpe, precária.
Já, de há muito represas, na alma, e na esperança, a agonia dessas anarquias.
No espírito, a dor companheira nessas adversidades, nesses abandonos...
A singrar os mares deste solo inerte, tosco, embrutecido, cruel, vil, desalmado.
Esse barro duro, infame, essas veias secas, são suas chagas, brasileiro Zé!
Buscas, “cristo Zé”, refúgio nas igrejas, e contemplas O Cristo, no madeiro.
E o céu tímido espia mudo os flagelos, que te oprimem, humilham, e te ferem!
Teus acúleos dimanam desses calvários, Zés, dessas cruzes que tu carregas.
Exibes, pueris, teus tilomas, como troféus, bravos, das tuas pelejas cruentas!
E as tuas proles, como façanha, a alardear o cabra-macho, Mané-teimoso!
Manés-teimosos, viris nucaios brasileiros, que se obstinam, pondo-se de pé!
A fazer das branquinhas, as meiotas da fuga, na ilusão de driblar as fomes...
E esse triste cenário, Zés, não olvide, é a tua vida, e, te aniquila, e te sangra!
E teus espelhos sãos tuas imagens, e friamente te espantam? Magoam-te?
É tu, Zé, os ossos desengonçados que dançam, trepidam, que se balançam
Esses ossos colados, nas poucas carnes que restam, e que te se sacodem!
É tua vida, Zés, que plagia outras vidas!
Albérico Silva
E coze, nos barros puro, duro, as broas fartas!
Nas bocas, de quem no céu, são luas poucas...
Que sina, Zé, rejunta a figura tosca, essa pele intensa, seca, esquálida.
Nessa terra estéril, terra alterada, morta, a assentar, tu, no teu nordeste,
Essas paisagens, Zé, tristes, indigentes, caliginosas, devassas, viciadas.
E esses espinhos argutos, e zombeteiros, infames, atrozes, te explodem...
Te sangram..., Zé, que sorte, incerta, dolorida, avessa, minguada e pouca!
E são esses mesmos espinhos, Zé, ferozes, que te fantasiam a morte lenta.
Êta Cabra! Que lida, que existência, dura, insossa, rude, árdua, perversa.
São tantas pestes, Zé, disputando, querendo, a carne escassa, carne pouca.
E a indústria da seca, esse drama social, reflete na sua boca, na sua barriga,
Na sua pele, na sua prole, cerceando-te, ingênuos Zés, os passos, a liberdade.
Sei não Zé, que sina! Que vida nefária, esdrúxula, desgraçada, torpe, precária.
Já, de há muito represas, na alma, e na esperança, a agonia dessas anarquias.
No espírito, a dor companheira nessas adversidades, nesses abandonos...
A singrar os mares deste solo inerte, tosco, embrutecido, cruel, vil, desalmado.
Esse barro duro, infame, essas veias secas, são suas chagas, brasileiro Zé!
Buscas, “cristo Zé”, refúgio nas igrejas, e contemplas O Cristo, no madeiro.
E o céu tímido espia mudo os flagelos, que te oprimem, humilham, e te ferem!
Teus acúleos dimanam desses calvários, Zés, dessas cruzes que tu carregas.
Exibes, pueris, teus tilomas, como troféus, bravos, das tuas pelejas cruentas!
E as tuas proles, como façanha, a alardear o cabra-macho, Mané-teimoso!
Manés-teimosos, viris nucaios brasileiros, que se obstinam, pondo-se de pé!
A fazer das branquinhas, as meiotas da fuga, na ilusão de driblar as fomes...
E esse triste cenário, Zés, não olvide, é a tua vida, e, te aniquila, e te sangra!
E teus espelhos sãos tuas imagens, e friamente te espantam? Magoam-te?
É tu, Zé, os ossos desengonçados que dançam, trepidam, que se balançam
Esses ossos colados, nas poucas carnes que restam, e que te se sacodem!
É tua vida, Zés, que plagia outras vidas!
Albérico Silva