Poema Último

Poema Último

Poemas d' amor eu fiz, aos milhares,

não eram mais que letras de rancor.

Maldisse sempre toda a vida e morte,

Desacreditei poetas titulares.

Desperdicei juventudes em flor,

Desafiei Deus e diabo, sem sorte...

Maltratei amantes, em desespero,

Lutei em guerras injustas e viris,

Fiz revoltas sociais d' utopia.

Gastei em sexo de mulher vazia

linfa fértil; roubei e sequei barris,

fui herói d' estaleca e d' esmero.

Hoje, velho, pela dor alquebrado,

resta a solidão personificada.

Tudo tive, tudo perdi, mau grado

honras fúteis, vaidade desbocada.

Altares, estátuas, jazigos ruí!

Ide anjos celestes e rubros demos!

à barcaça fatal tirai os remos!

Meu ser, minhas paixões vãs, destruí!

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 23/07/2016
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