Perdoar?

Perdoar?

Se um perdão houvesse

em todo este universo

preferiria, juro, a morte

a doar uma piedosa mentira

e aquietar teus devaneios.

Perdoar é uma palavra vã,

que não existe em meu ser,

no meu coração farpado

por mil lâminas temperadas

no fogo do desprezo total.

Meus desejos vãos de amante são,

somente, testosterona pura,

jorrando lava mordaz,

sobre o gelo fétido e mortal

de cavalheirismos e paixões.

Pensar que existes, ou quem és,

é uma réstia mental na sombra

trespassada pela bruma traidora

que se refugia na noite solitária

fugindo da luz de um qualquer dia.

E as brumas vão e vêm, sorrateiras,

pobres vapores tentando encorpar,

numa imperfeição raiando a loucura.

Perdoar... Jamais, não é o meu ser.

Perdoar-te, seria o retardar lento

da morte e a renovação da dor!

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 21/07/2016
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