Perdoar?
Perdoar?
Se um perdão houvesse
em todo este universo
preferiria, juro, a morte
a doar uma piedosa mentira
e aquietar teus devaneios.
Perdoar é uma palavra vã,
que não existe em meu ser,
no meu coração farpado
por mil lâminas temperadas
no fogo do desprezo total.
Meus desejos vãos de amante são,
somente, testosterona pura,
jorrando lava mordaz,
sobre o gelo fétido e mortal
de cavalheirismos e paixões.
Pensar que existes, ou quem és,
é uma réstia mental na sombra
trespassada pela bruma traidora
que se refugia na noite solitária
fugindo da luz de um qualquer dia.
E as brumas vão e vêm, sorrateiras,
pobres vapores tentando encorpar,
numa imperfeição raiando a loucura.
Perdoar... Jamais, não é o meu ser.
Perdoar-te, seria o retardar lento
da morte e a renovação da dor!
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