Dual
Depois do dia duro, corpo arrefece asas,
a alma que hibernou alheia, se assanha;
fogo fátuo sem combustível nem brasas,
insinua que os botões devem ter casas,
baixo a guarda, por um pouco ela ganha...
Daí, me aluga com seus hábitos noturnos,
vai que a dita cuja, goste dos pirilampos;
então força carcaça a calçar os coturnos,
e forja certo brilho em olhos taciturnos,
que se perdem admirando seus campos...
Bem, me vou nessa senda vasta, estreita,
quem viveu tais conflitos, claro, entende;
anelo se assanha, experiência só espreita,
corpo quebra umas pedras depois se deita,
a alma quebra sua cara, e jamais aprende...