Obsessão do Poeta

Obsessão do Poeta

Meus olhos jamais vertem lágrimas,

Apenas, por eles perpassa a tristeza,

De, ao longe, sentir o ruir eminente

Do solífugo * ser imerso em saudade.

Meus olhos tristes se solevam * frios,

Para as montanhas do verde norte,

Fugentes * dos vales de breu e áridos,

Traindo-se no vazio desejo de voltar.

Obsessivos, negam-se das emotivas

Tentações orquestradas de fantasias,

Em danças e jograis que os cativam

Nessa esperança de amores profanos.

Derrotam-se na ferocidade da razão,

Cerram-se, herméticos, a mil paixões,

Visionárias de mil paraísos infinitos,

De sagas de musa em cantos de amor.

E mais norte buscam, tão obsessivos,

Que tudo em redor jaz nessa cegueira

Dos mil esquecimentos premeditados,

Furtando-se, vis, à beleza envolvente.

Depressivos, buscam refúgio no alto,

jurando jamais se volver ao encanto,

quedos, expulsar tristezas inglórias,

e partir… Partir sempre para o aquém.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 12/07/2016
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