Novas do Vento

Novas do Vento

Que novas carregas vento

dessas terras mais ao sul?

Que tristeza e lamentos

vão cobrir o céu azul?

Que sementes de tragédia

porás no meu coração?

Quais enredos de comédia

E gargalhadas soltarão?

Rodopias, vento, em redor,

como ufano arauto,

a descrente do amor

como apregoas incauto.

Traz-me, sim, vento, as novas

das terras de verde-mel,

não essas paixões de alcovas

com sabor final acre a fel.

Diz-me, vento, como são belos

os rios e as serras,

essas flores de estação

e odores que em ti encerras...

Traz-me, vento, as sementes

impregnadas dessa vida,

de cor e de cheiro ardentes,

à fome da alma perdida.

Vai, vento! Vai! Vai em brisa!

não desalinhes meu porte.

Espero, só, quem desliza

subtil e se nomeia Morte!

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 12/07/2016
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