Nostalgia do Poeta
Nostalgia do Poeta
Sou o nostálgico errante,
perdido em emoções delirantes,
que me castram desejos e sentidos.
Minha musa, minha amante,
quebrou todas as paixões,
ao gerar ódios que me sufocam
e só a dor tem seus gemidos.
Recordo as madrugadas,
ternas de beijos e carícias,
unindo corpos em chama,
esvaindo-se em fluidos.
Recordo noites quebradas,
entre sonos e malícias,
em terras secas e lama,
vencendo medos e ruídos.
Mas meus braços vacilaram,
deslizaste em perigos,
que nos cercavam infames,
indefesa e temerosa.
Teus passos se quedaram
em mim, procurando abrigo,
tão frágil pelos ditames
da má sorte invejosa.
Resta-me a recordação de teu odor
de jasmim, desse teu suave olhar,
da boca mel-carmesim...
Meu querido coração! Que fado nosso,
que fim, me condenou enlutar...?
Poeta eu, sem ti no vazio de mim?
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