Faltas
A falta de modéstia dos imbecis,
a falta de decência, o pior dos Brasis;
a falta de sentido em muito que se diz,
a falta de alvos certos, camuflada, verniz...
A falta de opções do eleitor infeliz,
a falta de vergonha, que macula o país;
a falta de tempo, e a vida pedindo bis,
a falta de jeito, mascarada com ardis...
A falta de visão guardando escuros covis,
a falta de neurônios aplaudindo aos vis;
a falta de vergonha habitando nos senis,
a falta de pudor ovacionando à meretriz...
A falta de valores revendo a Santa diretriz,
a falta de olhos inutilizando ao belo matiz;
a falta de hábito, aí todo esse rol que fiz,
abala menos que a falta ignorada pelo juiz...
Brasil do circo e do pão, e de obscura malta,
até quando teu rumo será nebuloso, obtuso?
Segues lépido, e “pleno” alheio à tua falta,
projeto de grande nação, vetado, inconcluso...
A falta de vontade de curvar a cansada cerviz,
a falta de jeito pra mentir, por isso, não quis;
à falta de tanto alistado, soneguei por um triz,
a falta daquela formosa, que me faria mui feliz...