Negação do Amor

Negação do Amor

Eu nunca te enamorei,

Foste mulher encontrada

Pelo desespero faminto

Dum solitário confesso.

Eu jamais te desejei,

Ou te disse: Minha Amada!

Nada que disse já sinto

- Palavras ocas de professo.

Dei-te, alguma vez, rosas,

Cravos, jasmins, alfazemas?

Beijei teu corpo inteiro,

Bebendo fonte sedenta?

Nomeei-te mais formosa

Dedicando-te poemas?

Não fui mais que aventureiro,

navegando na tormenta!

Nada és, não te amarei,

Colhendo-te tenra flor,

Sonegando-te à nascença,

Tua beleza ofertada.

Nem por ti, nem deuses, nem lei,

Me obrigará, de teu odor Inalar,

Tal rude sentença perpétua...

És a minha morte ditada!

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 09/07/2016
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