Negação do Amor
Negação do Amor
Eu nunca te enamorei,
Foste mulher encontrada
Pelo desespero faminto
Dum solitário confesso.
Eu jamais te desejei,
Ou te disse: Minha Amada!
Nada que disse já sinto
- Palavras ocas de professo.
Dei-te, alguma vez, rosas,
Cravos, jasmins, alfazemas?
Beijei teu corpo inteiro,
Bebendo fonte sedenta?
Nomeei-te mais formosa
Dedicando-te poemas?
Não fui mais que aventureiro,
navegando na tormenta!
Nada és, não te amarei,
Colhendo-te tenra flor,
Sonegando-te à nascença,
Tua beleza ofertada.
Nem por ti, nem deuses, nem lei,
Me obrigará, de teu odor Inalar,
Tal rude sentença perpétua...
És a minha morte ditada!
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