Meu Oásis

Meu Oásis

Não sejas areia que me fustiga,

cega e enlouquece neste deserto

da vida gasta em muitos nadas,

ou vãs glórias de um momento

Não sejas esse imenso deserto

de silêncio eterno que me destrói,

me sufoca de dor e me inebria

de raiva incontida contra nós.

Não me abandones à rapinagem

dos pesadelos que me acometem

de terrores nocturnos nascidos

de ódios e guerras donde emergi.

Sê o meu oásis frondoso, sombra

que me protege e me oferta, doce,

o néctar de teu corpo desejado,

na volúpia do amor em dualidade.

Sê, nesse oásis, a fonte de água

refrescante onde a minha febre

louca e destruidora seja vencida

e a vontade de viver rejuvenesça.

Sê, com tua voz melodiosa, serena,

o canto que extasia, eternamente,

a minha alma perdida do paraíso,

em poemas do amor verdadeiro.

Sê a presença das cores naturais,

dos astros do céu em harmonia,

para que meu olhar jamais ouse,

do teu, penetrante, se evadir.

Sê vulcão de todos os desejos puros,

expelindo dardos ardentes de paixão!

Sê mar… imenso, onde eu navegue

sem temor, para te cortejar e amar.

Mas jamais sejas o silêncio feroz

que me fere os sentidos, me amordaça

a boca seca e me entorpece as mãos

negando-lhes clamar meu amor por ti.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 04/07/2016
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