Vidente

O tempo a se quedar e puir

As horas que o ser humano queria

Entre a construção do destruir

Surge o renascer quente da alma fria.

Não há nada mais apavorante

Que teu epitáfio já tivesse lido

Antes mesmo do ascensão necrosante

Na continuidade do ser extinguido.

O que as correntes de ar pregam

É as evidentes loucuras que cegam

Porque sempre que temos certeza

O erro nos abraça para se ver proeza.

Mas eu ainda tenho uma pergunta

Porque, ao futuro, o humano assunta?

Se ao longo da vida morre se tanto

E contra a morte não existe encanto.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 29/06/2016
Código do texto: T5681784
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