XOTE ANGELICAL

Estático no portal do sertão,

Meus olhos estão paralisados

Pela beleza da imagem.

Sinto a vertigem da sua força

No pasto, nos arbustos

Nas garças, no horizonte distante

E nas raras nuvens

Esparramadas pelo céu.

A paisagem fica eternizada,

Geometrizada na minha objetiva.

E sob este cinza azulado celestial

Perscruto o xote angelical

E vejo as danças dos querubins.

Plantado aqui nesse olhar

Busco essa força dentro de mim.

Homenagem a Osvald de Andrade,

E ao seu livro Pau Brasil, 1925