Interregno de Mim (Assombrações de um Dia Negro)

Interregno de Mim

(Assombrações de um Dia Negro)

Porque verte meu olhar

lágrimas de sal que o mar

lhe impõe do horizonte?

Que rugidos, vindos a monte,

lançam mal de poetar

aos amantes sem amar?

Porque meus lábios secam,

gretados de mil lamentos

pelo vento emudecido?

Que forças vis de mim pecam

lançando-me tais tormentos,

a mim, pobre poeta caído?

Quantas vielas escuras

terei de calcorrear

por tão sinistro destino?

Que prostitutas impuras

encenarei eu de amar

em poesias sem tino?

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 23/06/2016
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