SEM DESTINO
Estou aqui parado aqui na BR,
esperando que alguém me dê carona.
Para onde vou? Sei lá!
Talvez pra onde o vento me leve.
Nas costas, a mochila,
velha e rota companheira,
onde carrego meus víveres,
e as minhas sandálias já desgastadas pelo tempo
-velha companheira de viagem-
suportam o meu corpo.
Os carros passam apressados,
nada de atender ao meu aceno, deixe estar,
não tenho pressa.
Uma ave de rapina passa voando,
soltando os seus pios, trinados,
louca para devorar sua presa.
E volto a acenar, e um velho Ford,
atende ao meu aceno,
lá vou eu, mundo a fora,
sem destino.