O Estrabismo da Juventude
Cada geração da juventude quer inovar
Declamar que a anterior a sua era patética
Aclamar os avanços e sempre reprovar
A conduta que precedeu a nova dialética.
Essa angústia falsa de histeria venal
É um ritual de abutres epiléticos
Desconexos, incapazes de absorver o sinal:
Os jovens tendem a adular surtos feéricos.
A efemeridade com que tratam o passado
Criam zonas hemisféricas de estupidez
Abarcam o exoterismo da languidez
E transbordam nova definição de errado.
Existir querendo aparecer é adoecer
A mudança é bem vinda quando agrega
Conservar é algo que pode nos apodrecer
Modular é o caminho para quem congrega.
Infelizmente a atitude parece ser rábica
Mas com o tempo percebe-se as falhas
Um erro não perpetuam almas canalhas
Porque a juventude pode crescer estrábica.
É um paradoxo complexo e amanhecido
Que deve mudar o viço do ser cataléptico
Esse existir deve ter um viés poético
Posto que o humano em nós não seja adormecido.