Solstício de inverno (Caris Garcia)
Solstício de inverno
(Caris Garcia)
Esses dias tão congelantes
Que precedem o solstício do inverno
Mantendo o olhar cintilante
O sorriso ainda sincero e terno...
A alma paira, estática sobre a caixa de cristal
Dentro da montanha inacessível e alta
Onde são escritas as linhas do livro astral
Proferidas em canções das luzes da ribalta...
Cada estrela de neve que cai
Como um manto mui acolhedor
O pensamento certeiro de um samurai
O último desejo da essência do amor
Pincelando tudo de branco
Sussurrando canções em línguas mortas
Os portões e anéis destranco
Estão abertas as celestiais portas...
Como o véu da noiva, vem a neblina
Até o cume , tudo revestindo
De uma palidez que paralisa e fascina
O abraço gélido da estaçao murmurando "Bem vindo"
Vai se fundindo ao corpo, alma e coração
A pulsação é lenta, vagarosa, mas calma...
A notável mudança no mapa da constelação
Tudo visto pela velha cigana...no meio da palma...
Neste estado pós caótico o nada faz o sentido
A beleza da palidez perfeita de todo conjunto
A noite vira o dia, o sol não tem amanhecido
Quem tem coragem enfrenta ! Que seja o frio o principal assunto!
Os animais hibernam e a floresta se cala
Recolhe-se a alma lentamente
a voz rouca quase nem mais fala
Apenas o olhar é confidente...
https://youtu.be/nS--O-eghA4