Na sala de estar

Estar na teimosia de um tempo em turbilhão

Em que a mente e o coração se entrelaçam

Dando um nó, um desarranjo em inspiração

Desacordos e tantos desalinhos, que cansam

Estar no azul do céu de um outono tão frio

Em que as tardes te enganam com um calor

Vem a noite, trazendo companhia do arrepio

E a poesia se esconde, como caule sem flor

Estar entre incertezas, incoerências imensas

Tentando resgatar a inspiração tão preciosa

Que não mora mais aqui, e assim o ser pensa

Quando irão voltar as asas que são valiosas?