Orlando preto e branco
Eram pessoas cheias de amores
Cobertas por todos os tipos de cores
Estavam ali em busca do viver
Seres humanos que queriam florescer
Luzes e danças deram lugar ao sangue
Derramados pelo chão tão molhado
Corpos escupidos por machucados
Espíritos de dor mortos e enterrados
A Orlando preto e branco
Virou um sinônimo de tanta intolerância
A maldade em pote de fragância
Eles queriam apenas a paz de cor branca
As lágrimas de vidas perdidas
Eram pessoas tão boas e ardidas
Querendo todos pregar a liberdade
E colorir o mundo com a igualdade
Isso foi pouco para os charlatões
Que usam de um certo Deus em vão
Livros sagrados que viram armas
E torturam vários corações
A Orlando preto e branco
Mostrou o lado humano da cegueira
Até quando ficaremos à beira
E virar um pó de areia?
Para alguns, foi um bem feito
Agarraçam-se dentro do peito
E batem forte
Dizendo que mereciam o final desse jeito
Isso é pouco
Para milhares de mortos pela maldade
Isso é a realidade
Que se torna silenciada
A Orlando preto e branco
É a mostra da marginalidade
Do precoceito tão massacrante
Com pessoas humanos e diferentes
Até quando?
Usarão o nome de Deus
Se o Ele prega o verdadeiro amor?
Até quando
Usarão as cores da utopia
Se jogam tudo dentro da pia?
Era um beijo sincero
E virou mortal
Como as milhares
Que morrem pela sinceridade...