a morte da poesia

A MORTE DA POESIA

A poesia saiu a caminhar pela cidade e tinha chovido,

veio um carro em alta velocidade e jogou lama na poesia,

em seguida veio um carro velho e jogou dióxido de carbono na cara da poesia,

como vivia no mundo da lua, quase foi atropelada por um motoqueiro que a xingou:

-saia do meio da rua, filha da puta.

veio a bicicleta que desviou dela numa fração de segundos,

veio o cavaleiro esporeando seu animal e quase a pisoteou,

a moça que sonhava com seu namorado nem deu bom dia,

o político que cumprimentava seus eleitores, nem a reconheceu- poesia não dá voto.

A louca a falar mal dos problemas da cidade a xingava- vá caçar serviço sua vagabunda!

O policial quase a prendeu por vadiagem,

os cães a lambia,

o pedreiro nem dava importância, tinha paredes a levantar,

o gari quase a varreu,

o professor, imagine fez troça, afinal era de exata,

o homem de negócios a odiou,

não cogitava a hipótese de perder tempo

a municipalidade pensava seriamente em decretar a sua inutilidade pública,

e varrê-la através de decreto municipal para outras bandas.

Geovane Morais
Enviado por Geovane Morais em 14/06/2016
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