Encruzilhada
Encruzilhada
Na noite da eterna solidão,
perscruto os ecos brumosos
do éter rendado de prata.
(Só o silêncio lúgubre me cerca
e mil imagens se formam loucas
no tracejado imaginário do vazio).
Neste silêncio, adenso o olhar
e emudeço o coração inquieto
no limite do desfalecimento fatal.
(Meu espírito se eleva célere
e, na imaginária tela, rabisco
traços aleatórios de teu corpo).
Mas, na encruzilhada destes esboços,
esbato os tons quentes do tremeluzir
e realço os tons negros e os alvos.
(Afugento, assustadas, as sombras
de cinza, quando minha mão se eleva
num toque impossível do imaterial).
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