Ecos da Montanha

Ecos da Montanha

No silêncio da montanha,

copada de verde estival,

grito aos vales o desespero

cravado na minha alma penitente.

E a quietude da montanha,

suavemente adormecida

pelo vento, é quebrada

por mil ecos ribombantes.

Mas a montanha não me devolve

lenitivo capaz de serenar

o frémito da minha mente.

Se a alma sofre, o pensamento

deturpa a realidade nua.

E, demente, berro a revolta,

as angústias, o penar, dum solitário.

Mas a montanha queda-se calada,

ofendida pelo esvoaçar das aves,

e nada me diz e, tão calma,

retoma a paz perturbada.

O vento nega-se à louca aliança,

entre nós, e pára o lento soprar.

A montanha dorme. Silêncio...

Silêncio na montanha...

Calo o lamento - o olhar

vagueia, perdido, entre

os verdes lenhosos que recortam

os celeste azulados banhados

de oiro do sol martirizador -

Os silêncios são somente ecos de mim.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 09/06/2016
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