Ecos da Montanha
Ecos da Montanha
No silêncio da montanha,
copada de verde estival,
grito aos vales o desespero
cravado na minha alma penitente.
E a quietude da montanha,
suavemente adormecida
pelo vento, é quebrada
por mil ecos ribombantes.
Mas a montanha não me devolve
lenitivo capaz de serenar
o frémito da minha mente.
Se a alma sofre, o pensamento
deturpa a realidade nua.
E, demente, berro a revolta,
as angústias, o penar, dum solitário.
Mas a montanha queda-se calada,
ofendida pelo esvoaçar das aves,
e nada me diz e, tão calma,
retoma a paz perturbada.
O vento nega-se à louca aliança,
entre nós, e pára o lento soprar.
A montanha dorme. Silêncio...
Silêncio na montanha...
Calo o lamento - o olhar
vagueia, perdido, entre
os verdes lenhosos que recortam
os celeste azulados banhados
de oiro do sol martirizador -
Os silêncios são somente ecos de mim.
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