Desprezo Feliz

Desprezo Feliz

Por uns breves momentos pensei

que estes meus olhos traidores

fossem derramar acres lágrimas

sobre o meu peito trespassado

pela crueza de uma fuga cobarde.

Por breves momentos mais imaginei

que meu coração se despedaçaria,

qual navio naufragado em mar bravo

na costa de lava e penedos frios

condenando todo meu ser à morte.

Foram breves momentos, ciando velozes,

como as aves de rapina sobre a presa,

ou as ilusões que se diluem no nada

dos amores efémeros e dos inexistentes.

Breves momentos de desprezo por mim...

Mas esse desprezo instigou-me mordaz,

foi a serpente de fogo dilacerante

que se cravou de vontade e ousadia

de expulsar vis amores prostitutos

de minha máscara de um apaixonado.

Desprezo vencido, de mim, por eterno,

libertando, feliz, a minha alma pagã

das cadeias sangrentas do ódio voraz.

Desprezo sagrado que me devolve puro

e me consagra nos braços da felicidade.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 04/06/2016
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