Os Primeiros (Im)pactos
Quando éramos crianças
Por inúmeras vezes
Vivemos semanas e meses
De diálogos pueris
Onde a verdade sentida
A realidade combinada
Tinham mentiras contidas
Temidas pela honra minada
Éramos de cores indeléveis
De compreensões indescritíveis
De amares incorrigíveis.
Não chore despedidas
As formalidades definidas
Doem como se fosse morrer
Não core nos adjetivos
O temor dos atos subjetivos
Não nos fariam correr
Outrora fomos tão sinceros
Nossos erros perdoados
Nós perdoamos a verdade
Pois doamos honestidade.
O que nos mudou
Nos tornou mudo
O medo de mentir
Causou a mentira
O receio de trair
Comoveu a traição
Até a falha de caráter
Agora bem caracterizada
Vivemos o jogo invertido
Nada é divertido
A honra é implodida
De dentro para fora
Inclusive no agora
Temer os primeiros impactos
Por serem negativos?
São estupidezes reativas
Graças a incapacidade
De sobreviver a dor
E viver a experiência
E agora tudo é resumido
Imprimido e definido
De que aquele tempo não volta.