Os Primeiros (Im)pactos

Quando éramos crianças

Por inúmeras vezes

Vivemos semanas e meses

De diálogos pueris

Onde a verdade sentida

A realidade combinada

Tinham mentiras contidas

Temidas pela honra minada

Éramos de cores indeléveis

De compreensões indescritíveis

De amares incorrigíveis.

Não chore despedidas

As formalidades definidas

Doem como se fosse morrer

Não core nos adjetivos

O temor dos atos subjetivos

Não nos fariam correr

Outrora fomos tão sinceros

Nossos erros perdoados

Nós perdoamos a verdade

Pois doamos honestidade.

O que nos mudou

Nos tornou mudo

O medo de mentir

Causou a mentira

O receio de trair

Comoveu a traição

Até a falha de caráter

Agora bem caracterizada

Vivemos o jogo invertido

Nada é divertido

A honra é implodida

De dentro para fora

Inclusive no agora

Temer os primeiros impactos

Por serem negativos?

São estupidezes reativas

Graças a incapacidade

De sobreviver a dor

E viver a experiência

E agora tudo é resumido

Imprimido e definido

De que aquele tempo não volta.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 30/05/2016
Código do texto: T5651300
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