CONFABULANDO
Eu quero ver a mão amiga
Estender-se a moda antiga
A um corpo renegado.
Eu quero ver a inimiga
Extasiar-se de fadiga
Ante o necessitado.
Eu quero ver um cidadão
Com arco e flecha na mão
Retornar a sua origem.
Eu quero ver um ancião
Chorando de emoção
Nos braços de uma virgem.
Eu quero ver a rosa
Ser cantada em verso e prosa
Por um homem anormal.
Eu quero vê-la airosa
Sempre sã e formosa
Bailando em seu ritual.
Eu quero ver esta flor
ser entregue a um amor
Constantemente lembrado.
Eu quero ver uma dor
Ser sentida indolor
Por alguém que está amado.
Eu quero ver um dia
O triste ter alegria
E de bem com a vida viver.
Eu quero ver, por ironia,
O início da nostalgia
Somente pra vê-la morrer.