CONFABULANDO

Eu quero ver a mão amiga

Estender-se a moda antiga

A um corpo renegado.

Eu quero ver a inimiga

Extasiar-se de fadiga

Ante o necessitado.

Eu quero ver um cidadão

Com arco e flecha na mão

Retornar a sua origem.

Eu quero ver um ancião

Chorando de emoção

Nos braços de uma virgem.

Eu quero ver a rosa

Ser cantada em verso e prosa

Por um homem anormal.

Eu quero vê-la airosa

Sempre sã e formosa

Bailando em seu ritual.

Eu quero ver esta flor

ser entregue a um amor

Constantemente lembrado.

Eu quero ver uma dor

Ser sentida indolor

Por alguém que está amado.

Eu quero ver um dia

O triste ter alegria

E de bem com a vida viver.

Eu quero ver, por ironia,

O início da nostalgia

Somente pra vê-la morrer.

Adal
Enviado por Adal em 29/05/2016
Código do texto: T5650247
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