Pessach
Com o que encheste teus celeiros?
Acrisolaste o perfume em teu canteiro?
A fuligem do tempo em cinzas no braseiro
Não te custa o que é doce embusteiro
Não se acredita em profeta costumeiro
Nas trevas tudo fica nítido com um simples candeeiro
Como viveu e perdeu-se o seu dinheiro?
Um dia pronto que seja por inteiro
Precisa-se apenas duas moedas para o barqueiro
Ou responder as indagações do santo porteiro
A simplicidade de um hobbit dos Bolseiros
O sangue quente de holocaustos de cordeiros.
Que me importa este vespeiro
As respostas duvidosas de terceiros
Purgatórios, hades, infernos ou cartel
Campos elísios, seio de Abraão ou céu
O que foi escrito no papel
Pode ter custado lágrimas e orações.
Henrique Rodrigues Soares – Canibais Urbanos