A Realeza da Agressividade
Antes da pólvora crepitar essa esfera
A velhice ainda deslocava mandíbulas
A sagacidade era a veia mais megera
Partidora de crânios, ânsias e fíbulas
Na ira convulsiva que assim nos exagera.
Antes do caos das bombas nucleares
As palavras precediam na estratosfera
O retinir das espadas no vão dos ares
O substrato que nos converte em fera:
O desejo, o sangue em duelos epistolares.
Não há perícia que me detenha em existir
Sou uma anomalia que energia se torna
Sou a enfermidade mental que ao insistir
De nefasta vontade o espírito lhe orna
Em palavras feitas para jamais desistir.
Chamo-me agressividade - sou uma ânsia
Uma catástrofe pertinente no universo
Uma comoção de inebriante fragrância
E um convite a sinfonia do ser perverso
Sou a alma amplificada à última instância!