Setenta

Quando se pega

o caminho reto

dos setenta,

ileso, sobrevivente,

salvo dos vendavais,

cada vez mais discreto,

o ser humano reduz a pressa,

sentindo, pressentindo

o tempo por um fio

das primaveras finais...

Setenta ?

o rumo fica

mais correto,

a esperança segue

na frente

da caminhada regressa

da vida;

então, fuja do dissabor,

não se detenha na curva

do desânimo na lida,

se agaselhe do abandono

e do frio,

evite reclamação,

abrigue-se no abraço

de quem pode acompanhar

seu passo...

ah! vai ter que marchar

no compasso do amor.

Ivone Boechat
Enviado por Ivone Boechat em 27/05/2016
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