Ainda há Vida para se Viver!

Meu universo é uma miragem:

Minha irmã morreu,

Meus pais se afogaram em rios de saudades,

Meus amigos vivem em eufemismos hipócritas,

A vida de cada um é uma mentira bem contada.

A vida choveu lágrimas de indiferença,

Deus é livre e a gente sofre,

As pessoas são estranhas dentro de si mesmas.

Tantos sorrisos, tantas conquistas,

Tantas festas, tanta busca por prazeres,

Tantas alegrias encobertas de tristezas e de etiquetas falsas;

Tantas falsidades religiosas riem em teus olhos,

Tanto desejo sexual para abafar a solidão da alma,

Tantas e tantas pessoas mortas antes de ser sepultadas.

A dor é inevitável,

Os beijos também traem os lábios,

Tudo são invenções: amor, paraísos, alma, beleza, sociedade???

Mas ainda há amizades verdadeiras,

Ainda há ventos de esperanças que afagam os lírios do campo,

Ainda há outras ruas, outras paisagens, outras auroras;

Ainda há tesouros impalpáveis entre os casebres de nosso coração;

Ainda há lágrimas e fé em nossos olhos de crianças,

Ainda há pipas no céu e pomares de inocência nos quintais,

Ainda há nossos consolos e crenças

As quais não mergulham nesses oceanos de dúvidas.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 26/05/2016
Reeditado em 26/05/2016
Código do texto: T5647458
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