A CASA DO PATETA CAI!...

Diria o poeta:

toda casa que é pateta,

embora possa ser discreta,

um dia se contrai e cai.

Toda lábia funesta

que vomita o que não presta

e se esconde em belas vestes,

um dia se trai

se esborracha, se escorraça,

e cai, se esvai.

A casa do pateta,

um dia se desinfeta,

face a tantos desafetos

que o pateta consigo traz.

Os desafetos do pateta

um dia o traem...

E é aí que saem,

do pateta, outros ais:

se os comparsas o traem,

sua casa cai.

É o que atesta o poeta:

ainda que o pateta

faça o que não presta

parecer ser uma festa,

muitos não atestam

o que o pateta,

de forma funesta, faz.

E um dia, com fulgor,

sua casa vira fragor,

se contrai, se desfaz,

se esborracha e cai!...

(Luiz Carlos Flavio)