MÃE

lá onde o tudo era vastidão

de gaivotas voando e um sorriso primeiro

vi a vida pela primeira vez

ela me deitou no colo e disse, com afagos, que me protegeria

e de tantas preocupações:trovejavam dores

ela, carne da minha carne,

não é apenas mãe, sou eu, antes e depois

no abismo de mim, vejo-a

tento entender aquilo que sou

ter mãe é ser confrontada por um passado

fervoroso de imagens líquidas de paz

é ser devedora e condenada a buscar

lá onde tudo era vastidão

Alessandra Zelinda
Enviado por Alessandra Zelinda em 10/05/2016
Código do texto: T5631590
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.