Sobre a Bondade

Devo falar que a bondade

É fazer contato com o oculto

Como um sujeito subjetivo

Mas é tão menos interativo

Do que no plácido indulto

De falar sobre a maldade.

Não é que o mundo é mal

Ou que as pessoas são ruins

Talvez seja a neutralidade

Que não seja só negatividade

Mas a cólera do mal tem fins

Parece ferida passada no sal.

Ser bom precisa de anonimato

Uma notória independência

E vivido predicado terápico

Abertamente assintomático

Candidato a inexistência

Porque ninguém quer o relato.

O mundo esconde a positividade

A conduta humana mais briosa

Faz-se temporária e passageira

O mal tem propaganda grosseira

Propaga toda a ação perniciosa

Na memória aloja com facilidade.

Os males não precisam de nomes

Na mente eles ficam conservados

Como o alimento que mata a fome

Necessita de serem preservados.

Remeter uma pessoa bondosa

Fora do seio familiar e dos amigos

Quem pode se inclinar falar de abrigos

Parece que a bondade não é frondosa.

Dizer que é bom não é bom de fato

Na verdade é um paradoxal hiato

Quem faz a boa ação não diz

Quem a recebe vive a vida feliz

Não deseja o marketing agressivo

A bondade faz o espírito impressivo.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 10/05/2016
Código do texto: T5630743
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.